VI Colóquio Luso-Brasileiro
de Sociologia da Educação
26, 27 e 28 de novembro de 2018 - Braga - Portugal
VI Colóquio
Apresentação
Não vivemos um tempo de beleza, é um tempo duro e de incertezas. Porém, o texto de Galeano nos provoca a pensar que é um tempo que se abre para novas expectativas para se pensar a educação, para continuar a produzir outros modos de olhar e escutar, de compreender e interpretar em outras direções e é tempo de novas (re)construções. Para escapar ou amenizar as incertezas desse tempo é preciso produzir conhecimento crítico que indague o cotidiano e provoque reflexões e participações ativas. No sentido de Galeano e Freire é preciso refletir, compreender e fazer para mudar o que somos e para transformarmos o mundo.
Assim tem sido desde 2008, quando um grupo de sociólogos da educação brasileiros e portugueses, reunidos em Belo Horizonte, organizou o I Colóquio Luso-Brasileiro de Sociologia da Educação para debater sobre “Família, escola e juventude: olhares cruzados Brasil/Portugal”. A segunda edição, em 2010, foi organizada sob o tema “Habitar a Escola e as Suas Margens: Geografias Plurais em Confronto” e ocorreu na Escola Superior de Educação de Portalegre, em Portugal. O terceiro Colóquio, realizado em 2012 na Universidade Federal do Rio de Janeiro, teve como tema os “Problemas Contemporâneos de Brasil e Portugal: desafios à pesquisa”. O IV Colóquio, em Porto, no ano de 2014, propôs a temática “Entre crise e euforia: práticas e políticas educativas no Brasil e em Portugal”. E, em 2016, na cidade de São Paulo, ocorreu a V versão do Colóquio sob o tema “Mérito, desigualdades e diferenças: cenários de (in)justiça escolar no Brasil e em Portugal”.
Nesses 10 anos, aqui e acolá, se construiu uma rica história de intercâmbios acadêmicos e que neste ano de 2018 se propõe a discutir A educação e os sentidos de futuro em contextos de incertezas no Brasil e em Portugal.
Eixos temáticos
1. Processos de socialização e ciclos de vida: construir os sentidos de futuro no espaço escolar
Objetivos e missão da escola; projetos educativos e cidadania democrática; culturas, lideranças e socialização para a performatividade; relação pedagógica e construção do ofício do aluno; relação famílias-escola na construção dos percursos de escolarização; crescer e aprender com os pares: as sociabilidades juvenis e sentidos de escolarização; ciclos de vida, identidades e profissão docente; movimentos de defesa da escola pública; trabalho dos professores e dos pais na construção dos sentidos no espaço escolar.
2. Preparar para futuros incertos: dilemas escolares nos percursos de mobilidade
Ciência, provisoriedade dos saberes e atualização permanente; políticas educativas, arquitetura dos saberes escolares e ofertas de ensino; orientação escolar e profissional; experiências de ensino e aprendizagem; escolhas, reequacionamentos e (ir)reversibilidades na educação não superior e superior; instabilidades, (in)sucessos e transições no percurso escolar; escola e escolarização pública e privada na formação das elites; investimentos dos pais, professores e outros profissionais nos percursos de mobilidade; outras faces das desigualdades e das (in)justiças escolares.
3. Curriculum Vitae: o que conta para além da escola?
Educação informal e não formal; contextos, instrumentos e lugares de aprendizagens; atividades de tempos livres; experiências de trabalho não escolar; competências e soft skills “in” e “out”; profissionalização da criatividade ou dos tempos livres; tecnologias de informação e comunicação; processos e experiências de educação de jovens e adultos; desigualdades e (in)justiças escolares.
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: – Me ajuda a olhar!
(A função da arte – 1. O Livro dos Abraços, Eduardo Galeano)